...A BEIRA DO CAMINHO...

Era quatro horas da manhã, o céu estava tão limpo, a lua parecia uma grande bola solta no espaço... As montanhas, o dragão e São Jorge montado em seu cavalo estavam tão visíveis que dava vontade de participar daquela batalha sem fim e sem vencedores.

Montamos e seguimos viagem, era minha primeira experiencia morar longe de casa; ia  para um colégio interno.

Seguindo pelo caminho, em momentos parecia que aquela grande lua vinha em sentido contrario passando a distância, em outro instante parecia que íamos  nos encontrar. 

Olhando para aquele monumento belo e desconhecido, que nos encantava e apaixonava, me perdi em meus  pensamentos, em lembranças carregadas de saudades. Saudades da minha casa, de meus pais, meus irmãos e amigos!

Sim, para trás deixava os colegas que cresciam junto comigo, e que sentado a beira do caminho ouvíamos histórias contada por seu Zezinho, de bichos e lobisomens, que as vezes nos deixava amedrontados. Mais também ouvíamos histórias de príncipes e princesas, vaqueiros e donzelas da casa grande, que fazia com que agente olhasse para namoradinha com  o entusiasmo dos personagens da história contada, de bravos apaixonados lutando por amores impossíveis, como: No reino da terra sem fim e o Pavão Misterioso.

Quando terminava, agente já com sono, olhava para a lua imponente e dizia baixinho, boa noite! E se despediam indo cada um para sua casa, dormi na sua rede, sonhar com a princesa do castelo dourado...

Tempo de Esperança

Por RandolfOliveira